O ensino de Zoologia é considerado por muitos autores como excessivamente descritivo e descontextualizado, sem um olhar evolutivo e ignorando temáticas zoológicas recentes. No entanto, há pouco debate sobre esta temática no Ensino de Ciências. Assim, esta pesquisa se propõe a identificar e analisar os trabalhos sobre ensino de Zoologia nas atas das dez edições do ENPEC, de 1997 a 2015. Como resultados, foram encontrados 38 trabalhos, a maioria apresentada nos V e VI encontros. A maior parte tratou de concepções, percepções e representação sociais dos estudantes diante de determinados animais. Houve prevalência de trabalhos que não abordaram nenhum grupo zoológico específico ou preferiram grupos diversos, como insetos e vertebrados. Há concentração de trabalhos oriundos das regiões Sudeste e Sul e destinados ao Ensino Médio. Considera-se importante a continuidade deste tipo de pesquisa para promover um ensino de Zoologia mais dinâmico e integrado com outras áreas da Biologia.

O objetivo deste estudo foi investigar a contribuição da divulgação científica na discussão sobre hábitos de consumo com alunos do ensino médio de uma escola pública no Estado do Rio de Janeiro. Para tal, foram utilizados textos das revistas Scientific American Brasil e Ciência Hoje como recurso para sensibilização acerca da relação consumo e meio ambiente. A coleta de dados constou da aplicação de questionários pré e pós a leitura do material. A partir resultados foi possível inferir que as atividades com os textos proporcionaram um importante momento de discussão e reflexão por parte dos alunos, que apresentaram respostas mais elaboradas e contextualizadas sobre o tema, sinalizando para o potencial desses textos na formação de leitores críticos.

Dada a importância e complexidade das questões socioambientais, faz-se fundamental sua disseminação por todos os espaços educativos. Os espaços não formais, pela ampla liberdade metodológica e de seleção de conteúdos, trazem grandes contribuições nesse sentido. A pesquisa realizou-se em uma exposição sobre a Baía de Guanabara e investigou as percepções dos visitantes acerca desse ambiente, utilizando fotografias como ferramenta de sensibilização. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas individuais semiestruturadas e analisadas à luz da análise de conteúdo. Os resultados apontam uma percepção da Baía de Guanabara relacionada a uma visão paisagística e ao reconhecimento de ambientes específicos. Ocorreu também uma tendência de associação com um ambiente degradado e poluído. Tendo em vista a necessidade de se conhecer para preservar, a exposição contribuiu com novas informações sobre a Baía de Guanabara, além de evidenciar lacunas no conhecimento acerca desse ambiente, que podem ser trabalhadas em processos educativos futuros.

Considerando os museus como espaços não formais privilegiados à divulgação científica, este estudo tem por objetivo realizar um levantamento de trabalhos publicados nas dez edições do Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), que tratam de museus localizados na cidade do Rio de Janeiro da perspectiva da divulgação científica. A pesquisa desenvolveu-se a partir de consultas às Atas dos ENPEC's disponibilizadas no site de cada edição. Metodologicamente, o corpus documental composto por um total de 27 trabalhos, foi analisado qualitativamente com foco nas atividades desenvolvidas e potencialidades dos museus à divulgação científica. Conclui-se que os museus presentes na cidade do Rio de Janeiro, como espaços promotores de educação não formal, como instâncias de redes cotidianas de conhecimento podem contribuir para a formação científica da sociedade, uma vez que os trabalhos analisados evidenciam ações de informação e de formação, imbricadas à divulgação crítica dos produtos da ciência.

A Divulgação Científica visa aproximar o conhecimento científico das pessoas, permitindo a elas compreender a ciência e os processos pelos quais passam a natureza e os organismos vivos. A Biologia Celular, como uma importante disciplina para diversas áreas de formação da saúde, deve ser apresentada de modo que seus conceitos sejam adequadamente assimilados e assim contribua com uma sólida formação científica. Este estudo procurou analisar algumas revistas científicas de grande circulação e os textos relacionados à Biologia Celular publicados em cada edição delas, seguindo critérios, como, o total e o destaque dado às matérias publicadas. Na pesquisa percebeu-se que a Biologia Celular é amplamente abordada nessas revistas e essa divulgação poderá servir para ampliar discussões nos campos da pesquisa e do ensino, além de também contribuir como referencial à disposição de educadores e pesquisadores, colaborando para que seus conteúdos possam ser ensinados e compreendidos de forma satisfatória.

O processo de formação científica do indivíduo nos permite perceber a importância da alfabetização científica de qualidade a qual deve estar inserida no contexto social da criança desde a própria educação infantil. A revista Ciência Hoje é uma importante publicação para a área da divulgação científica, pois possui uma publicação especial direcionada para o público infantil a “Ciência Hoje das Crianças” (CHC). Nesse sentido, para esta pesquisa foi realizada uma busca nos exemplares da revista “Ciência Hoje das Crianças” no período de fevereiro à dezembro nos anos de 2011 à 2015 acerca da temática água. Dentro desse assunto procuramos identificar quantas matérias dariam destaque para a questão da “crise hídrica” e de que forma teriam sido abordadas na revista. Esse levantamento possibilitou destacar e discutir a importância da abordagem sobre a falta d’água observadas nas notas de solicitações dos leitores para que falassem mais sobre esse assunto.

O objetivo deste estudo é investigar as contribuições dos resultados das pesquisas publicadas nas atas das dez edições do ENPEC (1997-2015) que trouxeram discussões acerca do potencial do teatro científico no Ensino de Ciências. Foi realizada uma busca no site da ABRAPEC por trabalhos que envolvessem pesquisas sobre o teatro científico. Os trabalhos foram selecionados por título, palavras chave e leitura dos resumos. Foram encontrados 19 trabalhos sobre teatro científico, dos quais 11 discutiam o uso do teatro em espaços formais, desde o nível fundamental à formação continuada de professores, e 8 trabalhos em espaços não formais, como Museus e Centros de Ciências. Os resultados indicam um crescimento na articulação entre ciência e arte na educação trazendo valiosas sugestões para ampliarmos essa prática de maneira interdisciplinar.

Este estudo teve o objetivo de investigar as contribuições de uma trilha ecológica para a sensibilização ambiental de estudantes da Educação Básica. Os dados foram coletados através de entrevistas, que foram transcritas na integra, e analisados à luz da análise de conteúdo. Os resultados mostraram que os alunos apresentaram compreensões mais elaboradas e críticas após a realização da trilha e sinalizaram que a atividade despertou o interesse de terem mais experiências como essa. Essas compreensões relacionam-se às questões de impactos antrópicos no uso da água, do solo e das florestas, associando-os ao contexto sócio-histórico do Parque Nacional da Tijuca.

A educação ambiental exige o envolvimento de toda a esfera educativa ao demandar mudanças em profundidade e amplitude de ação. Entende-se que a sensibilização ambiental é o primeiro parâmetro que orienta esse processo educativo. Nessa pesquisa, investigou-se uma exposição que pretende trazer um novo olhar para a Baía de Guanabara (BG). Questionários foram aplicados aos visitantes, investigando as possíveis contribuições desta exposição em fornecer novas informações sobre a BG que possam contribuir para a sensibilização ambiental. A análise das respostas foi realizada à luz da análise de conteúdo. Os resultados apontam que a exposição aumentou o conhecimento acerca da biodiversidade da BG, da importância ecológica e sua localização. Também ocorreu mudança na percepção sobre a BG, antes associada apenas a um ambiente completamente degradado. Conclui-se que essas contribuições podem fornecer bases para sensibilizar o indivíduo para essa realidade, sendo a exposição um espaço de relevância para desencadear um processo educativo.

Esta pesquisa investigou como a crise hídrica tem sido abordada nas revistas Scientific American Brasil e Veja. Além disso, problematizou o potencial desse material em atividades de Educação Ambiental. O material foi coletado examinando-se as edições no período de 2013 a 2016 e os dados obtidos foram analisados à luz da Análise de Conteúdo. Obtiveram-se cento e sessenta e uma edições da Veja e trinta e sete da Scientific American Brasil, que condensou seu conteúdo em uma edição especial sobre o tema, enquanto que a Veja manteve-se reportando a temática ao longo do tempo. Em ambas, predominou o conteúdo com foco territorialista. A Scientific American apresentou a temática de forma mais articulada com outras questões do que a Veja. Concluiu-se que ambas possuem potencial como recurso para atividades de educação ambiental, visto que estimulam uma leitura crítica sobre o tema pesquisado.